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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O momento


O calor castiga
O sol queima
O vento sopra leve
Traz com ele cantigas suaves e cansativas
No meu manto de amargura me escondo
Meu sangue antes rubro
Agora negro
Ouço ao longe o barulho das ondas
Ondas que se quebram na praia
Num ritual repetitivo
Dia após dia....
No céu uma gaivota voa solitária
Emite seu som de devaneio ao horizonte
Num cavalo alado de nuvens
vejo a imagem do tempo...
Na areia escaldante me deito
Observo cada figura abstrata que me cerca
Ouço cada som irritante e monótono invadir meus ouvidos
O sol queima....
O calor não me importa , não sinto.....
O som do mar me castiga
Sinto cada onda morrer na praia deserta
Meu rubro sangue corre em cada minúsculo vaso
Quente , latejante obedecendo o calor do sol
Um punhado de escaldante areia nas mãos trêmulas
Chorar?
Por que ?
Abro os olhos
A luz do sol os fere....
Como uma flecha de luz que os atravessa
Mantenho-os fechados
Na areia permaneço
Ao som do dia...
Ao som das horas...
A mercê do tempo...

Nanny)


Um comentário:

Anônimo disse...

Como sempre , nos brindando com belas palavras, sentimentos que inundam nosso mundo, que pulam da tela e nos fazem respirar como se estivéssemos ao seu lado, passando junto contigo cada segundo à beira mar, deitado ao sol, suspirando, lentamente...

Maravilhoso

Markus