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sexta-feira, 13 de junho de 2014

A dor de uma perda

Não conseguia imaginar minha vida sem meu carro, sem minhas roupas preferidas, sem minha televisão de LCD, sem maquiagem, sem meus sapatos....e blá, blá, blá,....
Pois é ...meros bens materiais que podem ser comprados e financiados em 24 vezes ou mais, mas que aqui ficam quando partimos para outro plano ...
Nos damos conta que tais bens não têm a menor importância quando nos deparamos com a perda de uma vida, a vida de alguém a quem muito amamos....
Mais uma vez a morte vem e leva alguém que amo, e dessa vez assim sem avisar ....
A vida nos prega algumas peças e quando nos deparamos com isso é um tipo de dor que sinceramente não sei explicar, só sei que dói, dilacera, maltrata.
Meu pai foi embora havia meses, voltou pra terra dele com o intuito de ter uma vida tranquila e gozar de sua aposentadoria...Foi assim sem me dar tchau, sem se despedir, e voltou dentro de um caixão!!! 
Ingrato o seu destino, ingrata a forma como as coisas aconteceram. E eu nunca mais vou te ver pai!!
Ingrata mais ainda é essa minha profissão pois luto todos os dias pela vida de estranhos como se fosse pela minha vida, e amo o que eu faço......Mas não pude fazer nada pelo meu pai...Ele morreu há 500 km de distância e eu nada pude fazer...Nem atendimento no local ele teve, morreu ali e depois ficou por mais 04 horas na chuva esperando recolherem seu corpo...
O ser humano que atropelou meu pai naquele acostamento, nem mesmo parou pra ver o que aconteceu.
Entendo que a morte é a única certeza que temos nesta vida...Todos morreremos um dia, porém a forma como a vida de meu pai foi ceifada pela morte não me conforma!!!
Choro, por que é uma dor sem tamanho, saber que o pai que me carregou no colo, que cuidou de mim quando criança, que sempre ao voltar pra casa trazia uma balinha pra mim e minhas irmãs, o pai que sempre trabalhou honestamente, e nunca nos deixou faltar comida à mesa...Morreu de uma forma tão desumana!!!
Pai!! Eu só queria que tu me ouvisse, queria te dizer o quanto sinto por você ter partido assim...
Queria ter te pedido a benção que sempre pedíamos antes de dormir, ou quando eu chegava na tua casa!!!
Queria ter te abraçado e tomado mais um chimarrão com você!!
Tivemos nossas diferenças, e você sabe que não foi o melhor pai do mundo em algumas situações, mas eu mentiria se dissesse que você foi o pior!! 
Na tua simplicidade e autenticidade pai, tu viveu sem medo de falar e fazer o que tinha vontade!! 
Com seu jeitinho gaúcho simples  de ser conquistou amizades e vai deixar saudade pai!!
O maior tesouro que guardo de ti neste plano é o seu amor por nós e por minha filha....
Sentiremos tua falta pai hoje , amanhã e sempre, a dor pode diminuir, mas a saudade só vai aumentar!!!
Perdoe-me a mim e minhas irmãs por não ter te deixado no seu Rio Grande amado, pois sei que era essa sua vontade, mas pai, nós queríamos você perto da gente !!!
A vida segue aqui neste plano pai, com a certeza de que um dia a morte também vem!! 
Se vamos nos encontra novamente?? Não sei, mas enquanto isso vamos vivendo nossa saudade aqui, lembrando das coisas boas que vivemos com você,
E que você descanse em paz onde quer que você esteja!!

Pedro Paulo Antunes da Silva
*29/06/1946  
+ 04/06/2014

domingo, 11 de maio de 2014

sábado, 19 de abril de 2014

Furtivo Adeus

É no inconsciente que encontro as coisas que perdi
As importâncias que esqueci
As almas que me encontraram
Que de meu eu se afastaram
É nesse mundo longínquo e incrédulo
Que reencontro as coisas supérfluas 
Reencontro desencontros, decepções
Encontros e emoções
Lágrimas e gargalhadas
Abraços e risadas frustradas
Nesse poço de solidão 
Onde nem tudo é imperfeição
Um azul inebriante cor do firmamento
Ofusca meus olhos num arrebatamento
Te vejo, nas nuvens... angelical
Com uma imponência celestial
Quase faço reverência....
Ou posso dizer abstinência?
Com um sorriso maroto que me lança
Se esvai pelo vento feito criança
Vagando em minha agônica nostalgia
Sentindo cada pedaço que de mim caía
Num lapso de desespero e loucura
Procuro em minha mente agora obscura
Meio de soprar para a morte 
Através de pequeno corte
Com aço de gentil navalha
Sinto o sangue quente que se espalha
Escorre entre meus dedos latejante
Jorrando incessante
Com o ácido gosto e desfalecendo
Sinto a vida de mim correndo
Num adeus triste e furtivo
Levando tudo que está vivo
Despedindo-me em êxtase puro
Deste mundo maluco e escuro!!!!



Nanny  


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Minha alma, minha calma....sem perder o foco...seguindo em frente de mãos dadas com você alegria de minha vida.....LHD

"ÊXTASE"

De repente me bate aquele cansaço, sinto uma fadiga enorme  tomando conta de meu corpo e minha alma...
Não sei explicar, mas é como se minhas forças fossem sendo sugadas por algo sobre natural
Sinto sono, muito sono...Uma vontade enorme de rever pessoas, reviver momentos, experimentar primeiras vezes novamente....Dizer alguns "nãos" que esqueci de dizer ou que tive medo de dizer!!
Flashes de minha vida voam ao meu redor como num filme, e a fadiga toma conta do que chamo de  meu corpo...
Tento chorar, mas extasiada pelo cansaço, não consigo....
Vejo pessoas em minha frente, tento falar , mas a voz não sai
Ao fechar os olhos a escuridão não me assusta, me conforta...
Na escuridão sinto meu corpo girando, frio , calor, medo, não sei...é tudo abstrato, incompreensível...
Ouço de longe uma canção...Aquela que eu costumava cantar quando tinha medo, ou quando ficava nervosa, ou quando minha mãe me chamava pelo meu nome todo...
Aos poucos me acalmo e me sinto chorando aos soluços...vejo que o escuro continua e eu flutuo num desconhecido sem fim...A canção termina e eu já não choro mais..Queria não estar sozinha..
Queria alguém segurando minha mão...
Uma sensação estranha me toma a alma, e sinto meus pés nus tocando água...Abro os olhos e já não é escuro e não há mais medo..Sentada à beira de um caudaloso rio, com os pés tocando as límpidas águas que seguem vejo meu reflexo ao me inclinar para frente. É sim.... aquela menina de cabelos ondulados e compridos, vestida de preto, com os olhos escuros, brilhando de ansiedade para descobrir o mundo.
Sinto uma presença gostosa, uma alegria imensa, vontade de cantar e dançar, e nua me banhar naquelas mansas águas. 
Tudo o que passou, tudo ,o que se foi já não importa mais.

Nanny