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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Transe


Acordei ainda anestesiada
Com a visão meia turva
Balancei a cabeça
De um lado para o outro
Numa tentativa de saber onde estava
Ainda com um gosto abstracto na boca
Tento descobrir de que mas é quase impossível
Meus olhos vagueiam pelo recinto
A procura de algo familiar
Difícil...
Lutando contra o esquecimento
Fecho meus olhos tentando me lembrar
Sim estava caindo
Num abismo sem fim...
Ainda sinto o vento em minha face
Calafrios me percorrem o corpo com essa lembrança
De repente vejo o chão cada vez mais se aproximando
E num estalo mudo....
Tudo acaba, tudo escuro..
Enfim...Silêncio....
Apenas sinto me flutuar ao vento
Vozes daqueles que amo ouço ao longe
Risos , momentos de um passado vivido
Passo flutuando e em transe por elas
Aos poucos vejo uma luz meio que azulada
Sinto necessidade de me aproximar
Vou indo em sua direcção , sem medo
A medida que me aproximo vou identificando uma silhueta
Baixinha , ofegante , alegre , me esperando...
Rimba!!!!!Meu cachorro?!!!!
Mas tu morreu eu tinha 12 anos!!!
Como está aqui vivo e alegre agora?
Não importa, apenas chego perto e sinto
o calor de sua língua a me receber carinhosamente.
Por um instante saí daquele transe e abracei meu cachorrinho amado
Chorei tanto quando tu se foi e agora posso te abraçar!!!
Mas aos poucos sinto como se algo me puxasse de volta.
Vejo a imagem do meu cãozinho se distanciando ...
Abanando seu rabinho em despedida...
Sinto me agônica agora, sem ar
E de repente luzes machucam me os olhos....
Que aconteceu?
Não sei....Só estou aqui pra relatar ...

(nanny)

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