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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Descendo...


Acordei cansada , suando, entediada.Quero um lugar tranquilo onde não haja nem mesmo o tic tac das horas.
Meu corpo cansado já não quer mais levantar, não aguenta mais o peso nas pernas e desvanece.Sinto que o derradeiro fim de minha ébria estadia neste plano se aproxima, e cansada com a garganta sedenta, só quero fechar meus olhos...Dormir o sono final, dos fins, aquele que não acordarei aqui.
Uma sombra negra se aproxima e meu espírito indefeso aceita sem recusas.Adormeço devagar, ouvindo vozes, longe mas consigo identificá las.Deitada numa cama opaca , dura , estreita, ouço choros, lamentos, pedidos de desculpas, mas minha boca calada , selada , não consegue responder a nada.Sinto mãos a me tocar a face, bocas que me beijam dizendo adeus.Mas onde vou ?
Sinto me trancada , fechada, no escuro com um cheiro insuportável de alguma flor .Será que morri?
Aos poucos pareço estar sendo carregada nesta cama estranha e ouvindo o som da tristeza sinto estar descendo num lugar frio e escuro, parece um buraco.As vozes e lamentos, aos poucos se distanciam até sumir e o silencio imperar .Frio? Calor?Não há mais nada .Apenas o som de alguma coisa sendo jogada em cima de mim mas antes de chegar em mim bate em um tipo de escudo ou tampa, é terra...Acabou durmo em paz , sem medo, sem dor , meu corpo descansa agora, num sono sem fim , aguardando um novo começo que sabe...
Resta só o silêncio no interior da sombria tumba.

(nanny)

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