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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Infinito


Adeus...Saiu como um estrondo de fonemas
Foi assim com uma só palavra
que o derradeiro sono se aproximou
Sentiu apenas uma sombra fria e áspera envolver-lhe o corpo
Sentiu aquela névoa negra despojar -se sobre seu ventre
Como num enlace macabro
Sentiu -se imundamente possuída
Chorar? Como?
Se na vida as lágrimas já haviam secado
Na passagem elas não lhe dariam trégua também
Num transe ingénuo , tentou estar em outro lugar
Mas fugir como? Se do fim ninguém desvia!!!
Naquele fim agônico
Com aquele manto negro tomando sua alma
Sentiu que poderia ter sido diferente
Ali na paralisia final
Sentiu asco, ao lembrar
Sentiu ódio de si
E agora com o terror do fim a devorar-lhe o que resta
Chorou...
Bebeu o líquido lúgubre que lhe escorreu pela face
A morte em sua infinita malevolência
Cedeu-lhe o choro
Chorou , sufocando a infinita tristeza
Aos soluços acalmou a alma
Assim afastou a sombra que a envolvia
Fechou os olhos da vida
Adormeceu , partindo assim num sono tranquilo e infinito...


(nanny)


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